Em 1,000 Forms of Fear temos provavelmente aquele que é o melhor trabalho da carreira da australiana Sia Furler. Como hitmaker com aversão a fama, preferindo criar sucessos a "big names" do pop mundial, é sempre bom vê-la confortavelmente soltando sua voz sobreposto a um tipo de pop mais cuidadoso e bem trabalhado (mesmo que seja sempre de costas à platéia).
Não há nada de ultra experimental aqui: é um disco de pop bem contemporâneo, de produção impecável. Mas Sia sabe trazer muito bem sua experiência na música tanto sônica quanto liricamente. Após quase desistir do cenário musical de vez na sequência do disco We Are Born de 2010, a australiana escreveu seu novo trabalho lidando com problemas de depressão e vício, o que faz de 1,000 Forms of Fear seu disco mais obscuro até aqui. O primeiro hit, "Chandelier", é um bom exemplo de como foi a luta de Furler para manter a sobriedade e o auto-controle frente à fama. A cada grito abafado, a cada alongamento vocal, a cada estalo de acordes: a paixão na voz de Sia é quase palpável.
Em 1,000 Forms of Fear, Sia eleva o nível de entrega vocal e refina seu pop para criar um som mais distintivo. Ela reduz a migalhas qualquer sentimento de culpa que você pode ter sentido em aumentar o volume no máximo pra dançar e cantar de forma incoerente dentro de seu quarto ou soltar a voz dentro do carro, porque isso é exatamente o que a Sia quer que você faça.
0 comentários:
Postar um comentário